terça-feira, 7 de novembro de 2006

CRB - Commodities

O termo commodity aplica-se àquelas mercadorias cujo preço é determinado em bolsas de mercadorias. São produtos de qualidade uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Commodities são produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, que podem ser estocados por certo tempo sem perda sensível de suas qualidades, como suco de laranja congelado, soja, trigo, bauxita, prata, ouro, aço e o petróleo entre tantos outros.

Vamos tentar aqui explanar um dos motivos que me levou a ponderar o CRB nas Elucubrações nos últimos 18 meses... Com a espantosa recuperação dos preços, foi uma surpresa para maior parte dos analistas, economistas e investidores, o desempenho desse índice nos últimos tempos!

No final de 2005, o índice de preços do Commodity Research Bureau, conhecido como CRB Index, ultrapassou caprichosamente as máximas registradas no princípio da década de 1980. Na terceira semana de Maio de 2006, o CRB Index aumentou mais que 12%. Por trás do aumento no inicio deste ano no CRB Index houve um verdadeiro rallye de preços em determinados produtos. Até os primeiros cinco meses de 2006, os preços do petróleo bruto tinham aumentado perto de 14%, seguidos por altas no milho e no trigo da ordem dos 10 %.

O incremento de preços para as demais commodities ultrapassou de longe os ganhos do petróleo e dos cereais.

Tivemos ainda os preços do zinco, que praticamente duplicaram naqueles últimos cinco meses, o cobre, que subiu perto de 80%, a prata, 60% e o paládio 50%, estanho e ouro 40%, alumínio e platina (35%).

Os preços para as demais commodities, incluindo chumbo, ferro e sucata de ferro seguiram um padrão semelhante ao longo deste ano. Apesar destas commodities terem os mais variados usos possíveis, desde a indústria à produção alimentar, todas elas têm uma característica comum: são cotadas e comercializadas internacionalmente em dólares dos EUA..

Com os impactos da desaceleração global no mercado de commodities, provavelmente os efeitos serão menores caso economia americana tenha a tão esperada queda suave, e a China mantenha seus níveis de consumo.

O índice CRB que apura o desempenho das commodities despencou cerca de 20% desde que atingiu seu recorde, em Maio último. O preço do petróleo caiu 28%, após a cotação recorde em 10 de Julho, e o gás natural (futuro) acumula uma queda de 27 % neste ano.

Você imaginava que apenas no primeiro semestre, as exportações de commodities brasileiras responderam por 41% das receitas (equivalente a quase 6% do PIB brasileiro) ?

Será que o eventual ajuste global vai atingir as commodities metálicas com mais impacto do que os outros produtos ? Olha que interessante: a forte demanda chinesa puxou os preços dos metais durante três anos, mas a oferta não respondeu na mesma intensidade devido à infra-estrutura que precisa ser montada para a obtenção de tais itens como minas, sistemas de extração, tratamento, entre outras exigências.

O tempo médio para que a produção passe a ser comercializada oscila entre dois e três anos. Quando a oferta é atendida, os preços voltam aos patamares marginais. Assim, mesmo que a China mantenha seus níveis de demanda, o avanço da oferta vai reduzir o preço.

È para se pensar...



Segue o gráfico para melhor elucidar...







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