Maria Christina Carvalho
20/11/2006 - Valor on line
O crescente interesse dos investidores internacionais pelo mercado brasileiro trouxe Kathleen Corbet ao país, no início de novembro, pela primeira vez desde que assumiu o comando da agência de avaliação de risco de crédito Standard & Poor´s (S&P), em abril de 2004. "O Brasil terá que tomar decisões difíceis. É preciso reduzir a dívida pública e os gastos e criar condições para o crescimento sustentável. Vamos monitorar o país de perto", disse Kathleen.
Bastante conhecida por seu índice de 500 papéis mais negociadas na Bolsa de Nova York, que influencia US$ 1,4 trilhão investidos em fundos, a S&P acaba de criar dois novos indicadores de mercados emergentes em que uma das principais estrelas é o Brasil. Um deles é o S&P Latin America 40, com ações das 40 maiores empresas da região, onde o Brasil tem 17 papéis e peso de 50%; o restante é dividido entre o México, Chile e Argentina. O outro é o S&P BRIC, 25% do qual é formado por ações de onze empresas brasileiras, e o restante é da Rússia, Índia e China.
"O Brasil é um país chave para nós há algum tempo", afirmou Kathleen. "As oportunidades aumentam à medida que crescem o mercado de capitais e os negócios com títulos da dívida e securitização", informou.
A S&P começou a atuar no Brasil em 1992, classificando inicialmente o risco de multinacionais. Em 1994, começou a avaliar o rating soberano; e, dois anos depois, o de empresas locais. O escritório brasileiro foi aberto em 1998, quando já emitia 60 ratings no país. Neste ano, até outubro, fez 800 avaliações, abrangendo cerca de US$ 30 bilhões em dívidas no mercado doméstico e internacionais. Além disso, analisa, em parceria com o Valor Econômico, 600 fundos de investimento e 145 fundos de previdência no Brasil.
A CEO da Standard & Poor's acredita que um negócio promissor no Brasil é o mercado de empresas médias, que buscam uma avaliação independente para apresentar a bancos ou se comparar com concorrentes. Esse serviço é tem um bom potencial nos mercados emergentes, acredita.
Conhecida pela agressiva expansão internacional imprimida à S&P, que hoje opera em 24 países, Kathleen afirmou ter optado pelo crescimento é orgânico e parcerias no Brasil. "O negócio de rating depende basicamente de pessoas. O que realmente nos diferencia é poder juntar o conhecimento local do mercado e das empresas e também o global, para avaliar mais amplamente a capacidade competitiva das empresas" , disse.
A S&P emitiu cerca de 500 mil ratings no ano passado, sendo 294 mil novos e 260 mil revisões. Foram atribuídos ratings a dívidas de cerca de 100 países, no período. As avaliações envolveram US$ 4,7 trilhões em dívidas. O total de dívida em aberto avaliado pela S&P é de US$ 34 trilhões.
Mais de 90% das empresas que lançam títulos de renda fixa nos Estados Unidos buscam a S&P para avaliar seus papéis. Mas, a executiva espera o aumento da competição, após o Congresso americano ter aprovado, em agosto, uma nova legislação para o rating.
A regulamentação vai substituir o sistema que vigora desde os anos 70 em que as próprias agências decidiam quais empresas podem oferecer esse serviço. Só conseguiram essa denominação cinco de 125 empresas que fazem alguma forma de rating. E a S&P e a Moody's dominam 80% do mercado.
Agora a Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana, é que vai definir quais empresas podem ser consideradas agências de rating. Há também novas exigências para aprimorar a transparência. A S&P, disse Kathleen, já adotava como seu código de ética recomendações semelhantes feita pela IOSCO, que reúne as comissões de valores do mundo todo.
A executiva espera também que a nova legislação criará agências de rating especializadas em determinados serviços. "A competição é boa para o mercado. Os investidores se beneficiarão com uma variedade maior de opiniões sobre o risco de crédito e o preço dos ativos", afirmou a presidente da S&P.
Kathleen espera que a nova legislação contribua também para acabar com o que considera confusão entre as agências e os analistas especializados em avaliar os preços dos ativos. A confusão, disse, originou as críticas de que as agências de rating são muito lentas em alertar os investidores quando a situação de um emissor de títulos deteriora. Segundo a presidente da S&P, o rating tem uma visão de longo prazo enquanto os avaliadores de preços olham o curto prazo.
20/11/2006 - Valor on line
O crescente interesse dos investidores internacionais pelo mercado brasileiro trouxe Kathleen Corbet ao país, no início de novembro, pela primeira vez desde que assumiu o comando da agência de avaliação de risco de crédito Standard & Poor´s (S&P), em abril de 2004. "O Brasil terá que tomar decisões difíceis. É preciso reduzir a dívida pública e os gastos e criar condições para o crescimento sustentável. Vamos monitorar o país de perto", disse Kathleen.
Bastante conhecida por seu índice de 500 papéis mais negociadas na Bolsa de Nova York, que influencia US$ 1,4 trilhão investidos em fundos, a S&P acaba de criar dois novos indicadores de mercados emergentes em que uma das principais estrelas é o Brasil. Um deles é o S&P Latin America 40, com ações das 40 maiores empresas da região, onde o Brasil tem 17 papéis e peso de 50%; o restante é dividido entre o México, Chile e Argentina. O outro é o S&P BRIC, 25% do qual é formado por ações de onze empresas brasileiras, e o restante é da Rússia, Índia e China.
"O Brasil é um país chave para nós há algum tempo", afirmou Kathleen. "As oportunidades aumentam à medida que crescem o mercado de capitais e os negócios com títulos da dívida e securitização", informou.
A S&P começou a atuar no Brasil em 1992, classificando inicialmente o risco de multinacionais. Em 1994, começou a avaliar o rating soberano; e, dois anos depois, o de empresas locais. O escritório brasileiro foi aberto em 1998, quando já emitia 60 ratings no país. Neste ano, até outubro, fez 800 avaliações, abrangendo cerca de US$ 30 bilhões em dívidas no mercado doméstico e internacionais. Além disso, analisa, em parceria com o Valor Econômico, 600 fundos de investimento e 145 fundos de previdência no Brasil.
A CEO da Standard & Poor's acredita que um negócio promissor no Brasil é o mercado de empresas médias, que buscam uma avaliação independente para apresentar a bancos ou se comparar com concorrentes. Esse serviço é tem um bom potencial nos mercados emergentes, acredita.
Conhecida pela agressiva expansão internacional imprimida à S&P, que hoje opera em 24 países, Kathleen afirmou ter optado pelo crescimento é orgânico e parcerias no Brasil. "O negócio de rating depende basicamente de pessoas. O que realmente nos diferencia é poder juntar o conhecimento local do mercado e das empresas e também o global, para avaliar mais amplamente a capacidade competitiva das empresas" , disse.
A S&P emitiu cerca de 500 mil ratings no ano passado, sendo 294 mil novos e 260 mil revisões. Foram atribuídos ratings a dívidas de cerca de 100 países, no período. As avaliações envolveram US$ 4,7 trilhões em dívidas. O total de dívida em aberto avaliado pela S&P é de US$ 34 trilhões.
Mais de 90% das empresas que lançam títulos de renda fixa nos Estados Unidos buscam a S&P para avaliar seus papéis. Mas, a executiva espera o aumento da competição, após o Congresso americano ter aprovado, em agosto, uma nova legislação para o rating.
A regulamentação vai substituir o sistema que vigora desde os anos 70 em que as próprias agências decidiam quais empresas podem oferecer esse serviço. Só conseguiram essa denominação cinco de 125 empresas que fazem alguma forma de rating. E a S&P e a Moody's dominam 80% do mercado.
Agora a Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana, é que vai definir quais empresas podem ser consideradas agências de rating. Há também novas exigências para aprimorar a transparência. A S&P, disse Kathleen, já adotava como seu código de ética recomendações semelhantes feita pela IOSCO, que reúne as comissões de valores do mundo todo.
A executiva espera também que a nova legislação criará agências de rating especializadas em determinados serviços. "A competição é boa para o mercado. Os investidores se beneficiarão com uma variedade maior de opiniões sobre o risco de crédito e o preço dos ativos", afirmou a presidente da S&P.
Kathleen espera que a nova legislação contribua também para acabar com o que considera confusão entre as agências e os analistas especializados em avaliar os preços dos ativos. A confusão, disse, originou as críticas de que as agências de rating são muito lentas em alertar os investidores quando a situação de um emissor de títulos deteriora. Segundo a presidente da S&P, o rating tem uma visão de longo prazo enquanto os avaliadores de preços olham o curto prazo.
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