segunda-feira, 25 de junho de 2007

Cosan lançará papéis na Bolsa de Nova York

Empresa anuncia operação hoje; valor supera US$ 1 bi
MAURO ZAFALONDA REDAÇÃO A
Cosan, maior empresa brasileira do setor sucroalcooleiro, vai para a Bolsa de Valores de Nova York. A empresa deve anunciar hoje a operação, conforme apurou a Folha. "O negócio envolve muito dinheiro, acima de US$ 1 bilhão", afirmou uma fonte do mercado.Muito longe de estar para ser vendida, como especulado na semana passada, a empresa está se fortalecendo no mercado externo, um dos objetivos nunca negado pelo grupo comandado por Rubens Ometto.
A Cosan, que virou notícia na sexta-feira, devido à intenção da ADM, líder do setor de álcool nos Estados Unidos, em adquirir o controle da empresa brasileira, avança ainda mais rumo à internacionalização.Com acordos estratégicos já firmados com empresas da Europa e da Ásia, a brasileira amplia sua participação no mercado externo, aproveitando o boom energético vindo das commodities agrícolas.Na semana passada, o vice-presidente financeiro, Paulo Diniz, destacava que "este vai ser um ano pobre em resultados, mas muito rico em oportunidades".
O lançamento de ações é mais uma oportunidade para a empresa, que, só neste ano, já acolheu três novas usinas para seu grupo.O ano poderá ser pobre em resultados porque a recente euforia no setor vai provocar excesso de produção, derrubando os preços do açúcar.Além do avanço da produção brasileira, a Índia poderá colocar 25 milhões de toneladas no mercado, 30% a mais do que em 2006.Esse cenário reflete nas contas das usinas.
Se as coisas andaram bem para a Cosan no ano fiscal de 2007, os números do quarto trimestre (fevereiro a abril), não seguiram o ritmo.No exercício fiscal de 2007, período que vai do início de maio de 2006 a 30 de abril último, a empresa moeu 36,2 milhões de toneladas de cana, colocando no mercado 3,2 milhões de toneladas de açúcar e 1,3 bilhão de litros de álcool.
As receitas operacionais líquidas subiram para R$ 3,6 bilhões, superando em 45% as do exercício anterior. O lucro líquido foi a R$ 357,3 milhões, contra prejuízo de R$ 64,6 milhões no exercício anterior.Já no quarto trimestre, as receitas operacionais líquidas caíram 8,7% em relação às de igual período de 2006.
O lucro líquido, que havia registrado pequena queda em 2006, atingiu R$ 164,7 milhões.O aumento da produção e a reposição de estoques derrubaram os preços internacionais. No final do quarto trimestre do exercício fiscal da Cosan, os preços da Bolsa de commodities de Nova York (Nybot) registravam queda de 46% em relação a 2006.
No mercado interno, a queda foi de 34%.Em janeiro deste ano, a empresa emitiu US$ 400 milhões em "senior notes", uma dívida estruturada com vencimento em 2017 ao cupom de 7% ao ano. A dívida líquida é de R$ 1,41 bilhão, segundo a empresa.

Um comentário:

Unknown disse...

Com a operação em Nova York, a Cosan quer deixar claro que seu projeto é ser de fato uma companhia global do setor.

Os recursos obtidos pela controladora deverão ser transferidos à empresa operacional por meio de aporte de capital ou empréstimo.

Por enquanto, não há uma estrutura definida para a transferência do dinheiro.

Está em estudo a possibilidade de os recursos ficarem na holding até que se desenhe uma segunda operação, na qual os acionistas da empresa listada na bolsa brasileira poderiam migrar para a companhia internacional.

Dúvidas ou Sugestões ???

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