sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Barômetro Financeiro


Bom Dia...


Os mercados asiáticos viveram mais um dia de turbulências, desta vez originada claramente no mercado de cambio onde um forte fluxo de zeragem, de operações de carry-trade levou a desvalorizações expressivas das principais moedas da região.

Hoje a China acompanhou o movimento com o Shenzhen B (ações cotadas em dólar) recuando 7,58%.

O mercado europeu abriu com forte baixa nos primeiros minutos recuperando logo após com o destaque positivo para o setor bancário.

No mercado de cambio, o dólar australiano é o destaque negativo com queda de 2,02%.

Mais do que a incapacidade das agências de classificação de anteciparem movimentos de correção ou bolhas especulativas como a “pirâmide” dos subprime o atual movimento é uma reprecificação de riscos que vinham sendo subestimados em todos os ativos graças à abundância de liquidez nos mercados.

No caso das agências que agora estão sendo postas em cheque, basta olhar movimentos passados que veremos que sempre foram e serão “profetas do passado”.

Em relação às soluções possíveis para que este movimento de realinhamento de prêmios não se transforme em uma crise sistêmica capaz de afetar de forma relevante o crescimento econômico temos basicamente três opções:

A primeira é a injeção de liquidez, que os BC´s já estão fazendo, buscando evitar um estrangulamento da liquidez que aumenta a contaminação ao crédito de forma geral.

Em um segundo momento os BC´s podem optar por pacotes de refinanciamento e/ou reduções de juros para estabilizar o sistema.

Simples na teoria, na prática há um importante complicador que é dimensionar de forma correta a extensão do problema e o risco que dele advém.

Esta segunda fase de atuação os BC´s buscam o equilíbrio entre não beneficiar a subestimação do risco que é de responsabilidade dos agentes privados e o ponto onde este ajuste coloca em risco o potencial de crescimento daí a importância do dimensionamento.

No atual estágio deste movimento creio que já chegamos na hora desta segunda fase visto que as injeções de liquidez não estão dirimindo a desconfiança que alavanca a volatilidade e a aversão ao risco que acabam se distanciando dos fundamentos das economias e empresas.

Em termos de risco inflacionário creio que o Fed já teria a segurança necessária para uma redução temporária dos juros que tem eficácia imediata , mas, traz um risco maior a médio prazo com um aquecimento excessivo da economia.

Como em 1984 e 1990, quando tivemos realmente graves crises no setor hipotecário, um pacote de refinanciamento que equacione a questão dos subprime me parece a medida mais adequada ressaltando que deve ser acompanhada de uma evolução da legislação buscando uma melhor regulamentação para evitar nova bolha. No caso do subprime, a bolha tem causa clara na legislação permissiva como no caso da Califórnia.

Os ativos brasileiros, especialmente cambio e ações, terão mais um dia volátil seguindo o cenário externo. ( Por Marcelo Voss)

Um bom final de semana !

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