Bom Dia...
Os mercados asiáticos viveram mais um dia de turbulências, desta vez originada claramente no mercado de cambio onde um forte fluxo de zeragem, de operações de carry-trade levou a desvalorizações expressivas das principais moedas da região.
Hoje a China acompanhou o movimento com o Shenzhen B (ações cotadas em dólar) recuando 7,58%.
O mercado europeu abriu com forte baixa nos primeiros minutos recuperando logo após com o destaque positivo para o setor bancário.
No mercado de cambio, o dólar australiano é o destaque negativo com queda de 2,02%.
Mais do que a incapacidade das agências de classificação de anteciparem movimentos de correção ou bolhas especulativas como a “pirâmide” dos subprime o atual movimento é uma reprecificação de riscos que vinham sendo subestimados em todos os ativos graças à abundância de liquidez nos mercados.
No caso das agências que agora estão sendo postas em cheque, basta olhar movimentos passados que veremos que sempre foram e serão “profetas do passado”.
Em relação às soluções possíveis para que este movimento de realinhamento de prêmios não se transforme em uma crise sistêmica capaz de afetar de forma relevante o crescimento econômico temos basicamente três opções:
A primeira é a injeção de liquidez, que os BC´s já estão fazendo, buscando evitar um estrangulamento da liquidez que aumenta a contaminação ao crédito de forma geral.
Em um segundo momento os BC´s podem optar por pacotes de refinanciamento e/ou reduções de juros para estabilizar o sistema.
Simples na teoria, na prática há um importante complicador que é dimensionar de forma correta a extensão do problema e o risco que dele advém.
Esta segunda fase de atuação os BC´s buscam o equilíbrio entre não beneficiar a subestimação do risco que é de responsabilidade dos agentes privados e o ponto onde este ajuste coloca em risco o potencial de crescimento daí a importância do dimensionamento.
No atual estágio deste movimento creio que já chegamos na hora desta segunda fase visto que as injeções de liquidez não estão dirimindo a desconfiança que alavanca a volatilidade e a aversão ao risco que acabam se distanciando dos fundamentos das economias e empresas.
Em termos de risco inflacionário creio que o Fed já teria a segurança necessária para uma redução temporária dos juros que tem eficácia imediata , mas, traz um risco maior a médio prazo com um aquecimento excessivo da economia.
Como em 1984 e 1990, quando tivemos realmente graves crises no setor hipotecário, um pacote de refinanciamento que equacione a questão dos subprime me parece a medida mais adequada ressaltando que deve ser acompanhada de uma evolução da legislação buscando uma melhor regulamentação para evitar nova bolha. No caso do subprime, a bolha tem causa clara na legislação permissiva como no caso da Califórnia.
Os ativos brasileiros, especialmente cambio e ações, terão mais um dia volátil seguindo o cenário externo. ( Por Marcelo Voss)
Um bom final de semana !
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