quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mal traçadas linhas...

Comecei a aprender "Fundamentalismo" só no 3º ano de Faculdade... tinha naquela época 21 aninhos... Mas a melhor escola mesmo foi virar ANALISTA de um Grande Banco Estrangeiro em 1985... 

Pouco tempo de Banco e fui me meter com Análise de Risco de Crédito...
Colocaram-me para fazer cursos e mais cursos... Depois análises e mais análises...

Depois ...Vivência...

Cansei de ver Balanços, Balancetes, Faturamentos, Endividamentos, Clientes, Fornecedores, Investimentos de CP e LP... e tanta coisa... Aplicações de inúmeras fórmulas para obtenção de índices dos mais diversos, buscando a interpretação crua dos resultados apresentados nos documentos oficiais das empresas, indispensáveis para uma boa Análise Fundamentalista. Lembro que o Analista do Banco naquela época era muito parecido com o Analista de Corretora... somente a carga de teoria e informações fundamentalistas eram massivamente "implantadas no profissional"... 

Hoje, nem todos os Analistas de corretoras tem a possibilidade de sentar com quem tem o poder decisório na empresa...

Tive o prazer de fazer vários Plant Visits...Ir até o freguês era sem dúvida a melhor parte do "trabalho".

Olhar nos olhos do Diretor Financeiro, ou do Controller ou até mesmo do Proprietário (quando era o caso). 

Encher o peito ... e metralha-los com uma infinidade de perguntas.

A idéia de defender o crédito perante o Comitê de Crédito do Banco, exigia (e até hoje exige na maioria das Instituições Financeiras), o máximo de entendimento do "Negócio do Freguês"...

Afinal, emprestava o Dinheiro do Banco dentro das normas de políticas, práticas e procedimentos, absolutamente inclusos nos critérios de Crédito previamente estabelecidos pela Instituição, com as devidas garantias...

Meu Diretor de Crédito costumava dizer : "Emprestar é fácil !!! Difícil é receber ..."

Apesar da alçada de crédito, por questões de volumes financeiros envolvidos, praticamente tudo era submetido ao comitê de Risco.E o Comitê era Supremo... Nunca se aprovava um Crédito sem questionamentos... NUNCA...Sempre a sua "tese" era contestada e passível de perguntas e pegadinhas...

Cansei de ver escorregões de empresas... mas o que mais nos preocupava eram os TOMBOS ... Tombos passíveis de gerar fortes prejuízos a Instituição... 

Tombos que balançaram alguns Banqueiros... e quebraram Outros...

Tombos, que o "Sr.Mercado" demora um certo tempo pra digerir, pois as informações não são assimiladas "concomitantemente" por todos os participantes... 

Minhas análises Fundamentalistas estavam erradas ? O Gerente propôs o negócio errado para o cliente ? O Comitê do Banco avaliou erroneamente o Risco ? O Banco que eu Trabalhava tava emprestando dinheiro errado? E as demais instituições que também estavam com posições emprestadas ao Cliente ? Estávamos todos errados?

A partir de Ago/97, o "contexto economico" não contribuía... Empresas sólidas e o mercado despencando... Época difícil...

Bom... frustrações à parte, a partir daí descobri um negócio chamado Análise Técnica e Money Management.

Posso te assegurar, meu amigo...

Cada dia que passa me espanto com o tanto que preciso aprender !

Mas uma coisa te asseguro :

O Papel aceita tudo :

Aceita números financeiros, frases de impacto e gráficos de candlestick... aceita retas de suporte e resistência... aceita faturamento e endividamento... aceita absolutamente TUDO o que vc colocar...

Aceita até o que eu e você estamos rabiscando aqui...

Uma boa semana pra vc !
Abcs 


Originalmente escrita em 30/09/2007
http://www.realtrader.com.br/forum/view.php?bn=realtrader_forumbrsm&key=1191193696&pattern=quando+resistencia

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