A nova carteira teórica do Índice Bovespa, que passa a valer hoje, traz um número maior de empresas - 60, para 58 da anterior - e um risco menor do que o que vigorou até segunda-feira.
Segundo estudo da consultoria Cyrnel International, a entrada no índice dos papéis da CPFL e da Lojas Renner vai diversificar o risco geral do principal referencial da bolsa paulista. "Se o índice anterior tinha um grau de risco de 100, o do novo será de 98,89%, ou seja, 1,11 ponto percentual menor", afirma Carlos Frederico Werneck, analista responsável pelo estudo.
A diversificação de risco é uma tendência a partir do momento em que novas empresas ingressam no mercado - só neste ano já são 19 - e tendem aos poucos a ocupar seu espaço no índice, avalia Werneck. Como exemplo, ele cita o fato de que o peso do risco das grandes empresas está diminuindo, enquanto o das menores cresce. "Olhando na carteira atual, a contribuição ao risco dos Outros Setores cresceu para 16,9%, para 11,4% na anterior", diz Werneck, acrescentando que o investidor está começando a diversificar e não está olhando só as grandes empresas, as "blue chips", e isso leva a uma redução também do risco.
Na nova carteira do Ibovespa, a maior contribuição ao risco é da ação preferencial (PN, sem voto) da Petrobras, que passou de 12,2% na carteira anterior para 15,3%, desbancando a ação PNA da Vale do Rio Doce, cujo peso no risco caiu de 15% para 11,9%. Na sequência aparecem Usiminas PNA com 5,9%, Bradesco PN com 4,5%, Vale ON com 3,8% e a ordinária (com voto) da CSN, com 3,6% do risco do índice.
Apesar da contribuição ao risco elevada de Petrobras e Vale, as ações com maior grau de risco - que podem variar mais que o índice - são Cyrela Realty ON, com grau de risco de 3,51%, Cosan ON, com 2,89%, Net PN, com 2,77% e Vivo PN, com 2,60%. "O grau de risco mostra quanto a ação é mais arriscada que o índice, uma carteira só de Cyrela, por exemplo, seria 3,5 vezes mais arriscada que a do Ibovespa", explica Werneck. Os menores graus de risco estão com AmBev PN, com 1,71%, CPFL ON, com 1,79% e Petrobras PN, com 1,82%.
O aumento do risco não segue necessariamente o peso dos papéis no índice. No novo Ibovespa, por exemplo, o peso de Petrobras PN passou de 13,799% para 13,861%, variação bem menor que o risco. Já Vale do Rio Doce PNA caiu de 9,955% para 9,793%. Telemar PN perdeu o quinto lugar na carteira do Ibovespa para Banco Itaú.
E, no Índice Brasil 50 (IBrX-50), Telemar Norte Leste PNA foi substituída por TIM Participações ON. Saíram também do IBrX-50 as ONs de Light e Rossi Residencial e entraram Eletropaulo PNB e Lojas Renner ON.
No índice mais amplo, o IBrX, que reúne cem empresas, Usiminas ON substituiu Grendene ON. Saíram também Fosfértil PN, Copesul ON e Vivo ON, abrindo espaço para as ordinárias de Abnote, CSU Cardsyst e Lupatech.
Os índices são atualizados pela Bovespa a cada quatro meses, em janeiro, maio e setembro.
Por Angelo Pavini: Valor Economico.
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