Essa é para meu amigo "Mico" !
Algumas informações que consegui reunir, que espero, possam elucidar algumas dúvidas sobre a alavancagem sobre os créditos imobiliarios...
olha ... seriam os pacotes de crédito conhecidos como Collateralised Debt Obligation (CDOs).
Nesses emanharados contábeis ( sim... lá também tem isso !) é criado uma empresa de "propósito específico" para adquirir vários empréstimos ou bônus e passar a emitir títulos vinculados a esses créditos.
Em 2006, foram emitidos nada mais do que US$ 489 bi em papéis de CDOs (dados do Banco para Compensações Internacionais - BIS).
Existe ainda estruturas de CDOs um pouco mais complexas: * as montadas não com crédito efetivo, mas com derivativos de crédito. São os chamados CDOs sintéticos.
* Há CDOs ao quadrado - os CDOs que investem em CDOs
* Ouvir falar em CDOs ao cubo, que investem em CDOs que já investiram em CDOs?
Em 2006, foram lançados US$ 450 bi em títulos de CDOs sintéticos, segundo informa o BIS.
Nesses CDOs, o crédito de maior risco é o chamado de Equity, o de risco médio, de Júnior, e o de menor risco, de Sênior.
No meio do Júnior e o Equity, há o mezzanino.
Como possuem fatias de crédito de baixo risco (pulverizados), os CDOs conseguem emitir papéis com a melhor classificação de risco de crédito: "AAA".
É claro que as hipotecas de maior risco estão na categoria Equity dos CDOs.
Foi a aquisição desses títulos Equity que levou a Bears Stearns a levar dois de seus fundos de hegde virarem água e a ter a sua nota de crédito rebaixada...
Por enquanto, acho que só essa categoria foi afetada. Mas, à medida que o tempo passa, o desemprego aumenta nos Estados Unidos, mais tomadores de empréstimos no mercado hipotecário americano ficam inadimplentes, com impactos que ainda poderão ser sentidos no futuro não muito distante.
Não é à toa que o dado sobre o desemprego americano divulgado semana passada trouxe tantas tensões ao mercado internacional.
Os juros das hipotecas são ajustados em épocas determinadas (semestral/anualmente), ampliando mais a inadimplência potencial ainda não contabilizada.
Portanto, se a inadimplência crescer mais, as perdas na parcela equity dos CDOs poderão contagiar as demais, afetando todo o ciclo.
O perigo é um rebaixamento nas notas de risco de crédito dos CDOs (a Moody's parece que já cogitou) o que deveria forçar os fundos mais conservadores, que compram papéis "AAA", a também acabarem tendo de contabilizar fortes perdas.
Fellows !!! Espero poder ter ajudado !
e em breve... cenas dos próximos capitulos...
Um abraço
Um comentário:
Valeu Marco!
Agradeço pelo símio!
Vc e o Zarautz fazem uma dupla de peso (embora ambos sejam magrinhos... rs)
Isto é que é uma aula!!! ;-)
Abs ^v^
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