quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Derivativos Hipotecários

Essa é para meu amigo "Mico" !

Algumas informações que consegui reunir, que espero, possam elucidar algumas dúvidas sobre a alavancagem sobre os créditos imobiliarios...

olha ... seriam os pacotes de crédito conhecidos como Collateralised Debt Obligation (CDOs).

Nesses emanharados contábeis ( sim... lá também tem isso !) é criado uma empresa de "propósito específico" para adquirir vários empréstimos ou bônus e passar a emitir títulos vinculados a esses créditos.

Em 2006, foram emitidos nada mais do que US$ 489 bi em papéis de CDOs (dados do Banco para Compensações Internacionais - BIS).

Existe ainda estruturas de CDOs um pouco mais complexas: * as montadas não com crédito efetivo, mas com derivativos de crédito. São os chamados CDOs sintéticos.

* Há CDOs ao quadrado - os CDOs que investem em CDOs

* Ouvir falar em CDOs ao cubo, que investem em CDOs que já investiram em CDOs?

Em 2006, foram lançados US$ 450 bi em títulos de CDOs sintéticos, segundo informa o BIS.
Nesses CDOs, o crédito de maior risco é o chamado de Equity, o de risco médio, de Júnior, e o de menor risco, de Sênior.

No meio do Júnior e o Equity, há o mezzanino.

Como possuem fatias de crédito de baixo risco (pulverizados), os CDOs conseguem emitir papéis com a melhor classificação de risco de crédito: "AAA".

É claro que as hipotecas de maior risco estão na categoria Equity dos CDOs.

Foi a aquisição desses títulos Equity que levou a Bears Stearns a levar dois de seus fundos de hegde virarem água e a ter a sua nota de crédito rebaixada...

Por enquanto, acho que só essa categoria foi afetada. Mas, à medida que o tempo passa, o desemprego aumenta nos Estados Unidos, mais tomadores de empréstimos no mercado hipotecário americano ficam inadimplentes, com impactos que ainda poderão ser sentidos no futuro não muito distante.

Não é à toa que o dado sobre o desemprego americano divulgado semana passada trouxe tantas tensões ao mercado internacional.

Os juros das hipotecas são ajustados em épocas determinadas (semestral/anualmente), ampliando mais a inadimplência potencial ainda não contabilizada.

Portanto, se a inadimplência crescer mais, as perdas na parcela equity dos CDOs poderão contagiar as demais, afetando todo o ciclo.

O perigo é um rebaixamento nas notas de risco de crédito dos CDOs (a Moody's parece que já cogitou) o que deveria forçar os fundos mais conservadores, que compram papéis "AAA", a também acabarem tendo de contabilizar fortes perdas.

Fellows !!! Espero poder ter ajudado !

e em breve... cenas dos próximos capitulos...

Um abraço

Um comentário:

Seagull disse...

Valeu Marco!

Agradeço pelo símio!

Vc e o Zarautz fazem uma dupla de peso (embora ambos sejam magrinhos... rs)

Isto é que é uma aula!!! ;-)

Abs ^v^

Dúvidas ou Sugestões ???

Fique a vontade pra me mandar uma mensagem:
bancotario@hotmail.com